Sabia que em Florença fica o maior museu de ciência e tecnologia da Itália? É o Museo Galileo, ou Museu de Galileu, e recolhe todos os tipos de ferramentas e instrumentos científicos do Renascimento até o século XX. É um dos museus mais importantes do mundo em seu campo.

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O Museu de Galileu em Florença chama a atenção  não só de quem apaixonado pela ciência, mas também de adultos e crianças, de curiosos que queiram percorrer os passos de um dos maiores gênios que o nosso mundo já viu. É um museu muito prazeroso de se ver, interessante e por nada entediante. Ele oferece uma viagem à descoberta da ciência moderna, do universo, da tecnologia e da física. No Museu Galileu é possível admirar uma das mais importantes coleções ligadas à pesquisa científica e ao poder da família Médici.

A história do museu

As origens do museu são bem antigas. Em 1657, em memória de Galileu Galilei, então recentemente falecido, foi fundada em Florença a primeira instituição científica do mundo: a Accademia del Cimento (em português, Academia de Experimentação). Este início incentivou uma paixão não só pela descoberta de conhecimentos e princípios científicos, mas também por sua aplicação em todas as áreas do conhecimento humano.

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Em 1930 por iniciativa da Universidade de Florença, foi fundado o Museu da História da Ciência. A sede escolhida foi o Palácio Castellani, construído sobre os restos do castelo de Altafronte, destruído pela enchente do rio Arno de 1333 e reformado várias vezes ao longo do século até assumir o aspecto atual. Ao longo do tempo, o museu foi sendo enriquecido graças a outras doações de coleções e também à união de outros fundos (como os do Arcispedale de Santa Maria Nuova), tornando-se assim um dos mais importantes do gênero.

Em 2010 passou a ser chamado Museu Galileu Galilei, depois de ter passado por um período de dois anos de restauração, não só da estrutura do museu, mas também de muitos objetos da coleção. Os objetos mais antigos do museu vêm das famílias Medici e Habsburgo-Lorena. Cosimo I de Médici era um grande incentivador de artistas e inventores, além disso iniciou a investir no ensino da ciência. O mesmo fizeram seus sucessores, Francesco e Ferdinando I, que trouxeram grandes inovações para o período. Antes do museu de história da ciência ser fundado, os objetos científicos dos Médici ficavam expostos no Uffizi

 

A coleção do Museu de Galileu em Florença

O museu de Galileu é formado por 18 salas com mais de 1300 peças. No primeiro andar fica a coleção da família Medici, iniciada por Cosimo I no Palazzo Vecchio com a coleção das cartas geográficas. No segundo andar a coleção da família Lorena.

Uma das cartas geográficas da coleção de Cosimo I.
Uma das cartas geográficas da coleção de Cosimo I.

A viagem inicia pela representação do universo através da esfera armilar, na qual a terra é mostrada no centro do universo e as armilas representam as órbitas dos planetas

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Esfera armilar realizada no final do século XVI por ordem de Ferdinando de Médici, uma expressão do seu poder.

Nas salas seguintes encontram-se instrumentos para medir o tempo, como relógios, calendários, instrumentos astronômicos anteriores à invenção do telescópio e outros objetos.

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Particularmente interessantes são os quatro globos do famoso cosmógrafo veneziano Vincenzo Maria Coronelli: eles têm um diâmetro entre cinquenta centímetros e um metro e mostram o mundo como era conhecido naquela época. A viagem continua com uma caminhada entre instrumentos náuticos e marinhos e aqueles dedicados à “ciência da guerra”.

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Os globos de Coronelli

Uma outra sala é dedicada às glórias de Galileu, com muitos dos seus experimentos fielmente reproduzidos e objetos originais. Entre os itens mais valiosos do museu, encontra-se o o telescópio com o qual Galileu descobriu, em 1609, entre outras coisas, os montes Apeninos lunares e os satélites de Júpiter. Outro objeto muito importante é o primeiro barômetro de mercúrio, inventado em 1634.

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Sala dedicada a vida e obra de Galileu

À parte todos os telescópios e instrumentos utilizados nas grandes descobertas, algo que chama muito a atenção está contido em um vidro em forma de ovo: o dedo médio de Galileu. Anton Francesco Gori, um professor de história e arqueólogo, em 12 de março de 1737, ou seja, 95 anos após a morte de Galileu, roubou dois dedos e um dente do astrônomo enquanto seus restos mortais eram trasladados para a Basílica de Santa Croce. Por 200 anos os dedos passaram de mão em mão (desculpa o trocadilho!), como se fossem relíquias de um santo.

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O dedo médio de Galileu

Por mais de um século não se teve notícia desses “pedaços” de Galileu. Isso até 2009, quando um colecionador encontrou as relíquias, as comprou e se empenhou em identificá-las para provar que pertenciam realmente a Galileu. São os únicos itens de origem humana em um museu totalmente dedicado a objetos científicos.

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A sala seguinte é dedicada à Accademia del Cimento, a qual demonstra o seu papel na complexa rede de sociedades científicas europeias, como a Royal Society de Londres e a Académie Royale des Sciences de Paris: nesta sala estão expostas principalmente as ferramentas utilizadas em experiências sobre a natureza do vácuo e seus efeitos.

A grande aventura da ciência prossegue nas outras salas com a observação microscópica e no estudo de organismos vivos, sem deixar de lado os progressos da astronomia com novos e cada vez mais imponentes telescópios.

Os microscópios
Os microscópios
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A evolução dos telescópios

Com o advento da dinastia dos Habsburgo-Lorena, e especialmente com o iluminista Leopoldo II, a história da ciência italiana e, em particular, a ciência na Toscana, prosseguiu com grande sucesso. É a este período, ou seja, segunda metade do século XVIII, que remonta o início das coleções expostas no segundo andar. Há aparelhos como bombas de ar, microscópios solares, máquinas para o estudo do impacto, além de equipamentos relacionados à chamada “espetacularização da ciência”, a qual passava a ser acessível também aos não-especialistas no assunto.

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Mecânica, óptica, pneumática e eletromagnetismo são os núcleos-base das pesquisas que, através de instrumentos de precisão (microscópios, termômetros graduados, barômetros, lentes e prismas para o estudo da refração da luz, e assim por diante), chega até o século XIX: com o triunfo da química e da “ciência em casa”.

A exposição termina dando uma visão completa e fascinante sobre a história da ciência.

Crianças:

Há ainda uma área especial para crianças no final do Museu para jogarem com os instrumentos que conheceram no museu.

Se você estiver visitando o museu com crianças, aproveite e visite também o Museu La Specola, ja escrevi sobre ele aqui –> Conheça o Museu La Specola em Florença

 

Informações úteis

Horário de funcionamento: O museu fica aberto diariamente, incluindo domingos e feriados, exceto 1 de Janeiro e 25 de Dezembro. Funciona de segunda a domingo das 9:30 às 18:00; Terça-feira 9:30-13:00
 
Bilhetes:
Inteiro: € 9,00
6-18 anos: € 5,50
Crianças menores de 6 não pagam
Bilhete família (2 adultos + max 2 crianças menores de 18 anos): € 22,00

Outras dicas: 
*O Museu Galileo está incluído no Firenze Card. Saiba mais.

*Os visitantes que comprarem o bilhete inteiro do Museu de Galileu têm direito a entrar no Museu La Specola pagando o ingresso reduzido ou vice-versa, o bilhete inteiro do Museu La Specola dá direito a um desconto no Museu de Galileu.

Endereço: Piazza dei Giudici, nº 1, Florença

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