Conheça o Museu do Bargello, um maravilhoso museu medieval onde é possível admirar obras do ínicio do Renascimento, de quando Donatello e Michelangelo ainda estavam no início da carreira.
Este é um dos meus museu preferidos em Florença, e eu ja falei dele aqui –> Meus 3 museus preferidos em Florença, fora da rota turística
A palavra “Bargello” parece derivar da palavra latina “bargillus” que significa “castelo” ou “torre fortificada”. O palácio onde fica o museu atualmente foi construído em 1255 e, como o nome do lugar em latim sugeria, ele era originalmente uma fortaleza. Bargello era também o título atribuído a um capitão militar, precisamente o “capitão da justiça”, que desde 1554, sob o comando do duque Cosimo I, fez detenções, conduziu interrogatórios e executou sentenças de morte.
A estrutura tornou-se um museu em 1865, onde se pode admirar uma das coleções mais impressionantes da escultura renascentista no mundo. O Bargello tem sido o cenário de muitos eventos importantes ao longo de sua história, incluindo o local de encontro do Conselho dos Cem, do qual Dante era membro. Durante os séculos XIV e XV, o palácio passou por uma série de alterações preservando no entanto, a sua austera simplicidade.
Algo que distingue o palácio do Bargello é a torre Volognana, que tem quase 60 metros de altura e pode ser vista de longe. Era lá que, durante séculos, ficava a prisão. O nome vem de um dos primeiros prisioneiros da torre, Geri da Volognano.
No alto da torre fica o Montanina, o sino usado sempre em ocasiões complicadas. Era tocado para chamar os jovens para o exército durante as guerras, para anunciar as execuções, ou em caso de tumultos e conflitos internos na cidade. O pátio, uma parte importante do complexo, tem três varandas laterais, e se mostra hoje em todo o seu esplendor, graças em grande parte à restauração do século XIX que deixou o palácio edifício mais próximo à sua aparência original.
A visita ao Museu do Bargello
Ao longo dos anos, o museu foi enriquecido com esplêndidas coleções de bronze, cerâmica, cera, medalhas, marfim, âmbar, tapeçarias, móveis, tecidos e selos derivados das coleções da família Medici e de doações particulares.
O pátio e o andar térreo
O museu se desenvolve em três andares e tem 16 salas. Já no lindíssimo pátio, em torno a um poço octogonal, estão dispostas várias obras de Bartolomeo Ammannati, além do “Oceano” de Giambologna e relevos atribuídos a Benedetto da Maiano. Indo para a parte interna, você entra na coleção do museu Bargello: se encontra logo o salão do século XIV, usado para exposições temporárias. Em seguida chega-se à sala de Michelangelo, uma das mais conhecidos e visitadas de toda a estrutura.
A sala de Michelangelo contém algumas das primeiras obras mais famosas do grande gênio do Renascimento, como o elegante Baco (foto acima), o deus romano do vinho e seu Tondo Pitti, um maravilhoso exemplo de escultura em relevo.
O busto inacabado de Brutus (1539), e do David-Apolo (1530-32) de Michelangelo também são exibidos aqui. Na mesma sala há também algumas obras inspiradas na arte de Michelangelo, como as esculturas de Bartolomeo Ammannati, Baccio Bandinelli e Tribolo.
As obras do primeiro andar
Continuando adiante, chega-se à sala dos marfins, realizada somente no século XIX após a chegada ao Bargello da coleção Carrand , pertencente ao colecionador francês que decidiu doá-la à cidade de Florença. A sala, que como o nome já diz, abriga principalmente obras em marfim, mas há também peças em couro, osso e madeira.
No primeiro andar, há a Capela de Santa Maria Madalena, com afrescos da oficina de Giotto: graças ao paciente trabalho de conservação e restauração pode ser visto hoje na capela apenas um dos retratos talvez mais verossímiles de Dante.
Oura sala imperdível é aquela que abriga a coleção islâmica, que inclui obras em diversos materiais, como tecido, marfim, ou mesmo pedra, ouro e prata.
Mas o grande destaque do primeiro andar do Bargello é mesmo a sala de Donatello. Nela você poderá admirar o “San Giorgio”, referido como talvez o melhor trabalho do ciclo de artes de Orsanmichele e uma das obras-primas da escultura renascentista italiana do século XV, e o Davi de Bronze.
Outras obras originais de Donatello expostas no Bargello são o leão Marzocco, símbolo de Florença que foi substituído por uma cópia em seu local original no Palazzo Vecchio, e os dois Davis, um jovem e um mais maduro, que é o mais conhecido, datado de 1440.
Outras peças que se destacam são os painéis de porta feitos, por Filippo Brunelleschi e Lorenzo Ghiberti. Os painéis se chamam “O Sacrifício de Isaque” e são fundidos em bronze e ouro. As obras foram criadas por esses artistas em 1401 para a competição da decoração das portas do Batistério de Florença.
As obras do segundo andar
Chegando no segundo andar, o primeiro salão é dedicado a Giovanni della Robbia: contém esculturas de terracota e uma coleção de medalhas doadas pelos Duques de Florença. Seguindo para a Sala das Armas, é possível admirar uma rica coleção de armas de origem medieval.
Outras salas incluem o Salão de Andrea della Robbia, o Salão dos Pequenos Bronzes, o Salão de Verrocchio e o Salão de Medalhas de Florença, que contém uma rica coleção de medalhas da idade do Renascimento.
E por fim, a Sala das Armas e das armaduras, inclusive de crianças!!
A coleção do Bargello é extraordinária tanto no que diz respeito à qualidade quanto à quantidade de peças. É sem dúvida um dos museus mais interessantes de Florença. Ao visitar este museu é possível entender um pouco da história da cidade e do Renascimento, dando uma visão geral de uma época que tornou Florença famosa como capital da arte.
Informações
Horário de abertura:
Todos os dias, das 8h15 às 14h. A bilheteria fecha às 13h20.
Fique atento porque o museu fecha no segundo e no quarto domingo de cada mês. Fica fechado também na primeira, terceira e quinta segunda-feira de cada mês.
Ingressos:
- Bilhete inteiro: € 8,00
- Bilhete reduzido: € 4,00 (para os jovens entre 18 e 25 anos que tiverem cidadania de um país da União Europeia)
- Gratuito para as pessoas menores de 18 e maiores de 65 anos que tiverem cidadania de um país da União Europeia
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