Volterra é uma das minhas cidades preferidas no interior da Toscana, porque há uma mistura de arquiteturas: há uma porta etrusca, um teatro romano e um centro medieval!
Volterra fica província de Pisa, na fronteira da província de Siena, e está situado em uma colina 450 metros acima do nível do mar, entre os vales de Cecina e dell’Era. As origens de Volterra remontam aos antigos etruscos que deram o nome a cidade de Velathri, e depois os romanos passaram o nome para Volaterrae. As paredes etruscas ainda são visíveis, bem preservado também o centro da cidade.
Você pode realmente sentir a atmosfera medieval andando pelas ruas estreitas do centro. E por isso decidi escrever 16 razões para conhecer Volterra, que bem poderia se chamar “16 razões para amar Volterra”.
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1. conhecer a Volterra etrusca: Porta Etrusca
Volterra era uma cidade rica e poderosa na época dos Etruscos. Foi realizada uma muralha com mais de 7 km de comprimento e tinha uma população que ultrapassava 20 mil habitantes. Tanta riqueza é explicada pelo fato de que Volterra foi construída sobre colinas ricas em veias metálicos, e também possuía várias salinas – que gerou um grande volume de negócios e ganhos substanciais para a população. Aina é possível ver essa origem etrusca, pois a cidade tem uma Porta Etrusca, chamada Porta Dell’Arco construída entre o IV e III séc. a.c.
2. conhecer Volterra romana: conhecer o Anfiteatro Romano
O Anfiteatro Romano foi construído no I séc. a.c.. Ainda sob uma parte do teatro existem os restos das Termas (banhos romanos), que são do IV séc. d.c.. Durante a Idade Média estes locais eram parte de um depósito de lixo e foram enterrados. As escavações começaram em 1951.
3. conhecer seu pitoresco centro medieval
O coração da cidade medieval é Piazza dei Priori com o maravilhoso Palazzo dei Priori, hoje a prefeitura. Sua fachada tem emblemas antigos e brasões das pessoas que comandaram a cidade. Na mesma praça se encontra o Palazzo Pretorio, cuja torre é muito antiga e conhecida como a Torre do Porcellino porque no topo há um pequeno porco em pedra colocada em uma prateleira.
4. ver e comprar as lindas obras de Alabastro
O alabastro calcário é trabalhado em Volterra e ele é que extraído do subsolo de Castellina Marittima. É uma pedra branca que pela sua suavidade especial presta-se a ser mais facilmente esculpida e reflete muito bem a luz. Muito usada para esculturas e para lampadarios especiais. Existem algumas lojas de artesanato no centro histórico onde é possível comprar essas obras. Nos poucos artesãos verdadeiros que trabalham é confiada a preservação da tradição volterrana.
5. conhecer o Festival Medieval – Volterra a.d. 1398
A festa intitulada Volterra a.d 1398 nos faz tornar a era medieval, ao ano de 1398. Uma fantástica viagem à Idade Média e o maior evento da cidade, que ocorre durante dois finais de semanas consecutivos de agosto. Belas damas e duelos de cavaleiros, centenas de pessoas vestindo roupas típicas te levam para uma viagem no tempo. A manifestação recebe um cuidado enorme por parte da população que a leva muito a sério e presenteia os visitantes com um espetáculo maravilhoso. Eu ja fui e contei tudo aqui.
6. Ver o Palio del Caci
Palio dei Caci, é uma divertida corrida de quejos!!! sim, você não leu errado, é de queijo mesmo! Caci é um diminutivo da palavra cacciota, que em dialeto toscano quer dizer queijo!
As contradas de Volterra, ou seja cada bairro ou paróquia, escolhe o seu “tiratore” ou jogador, que vai descer a Via Franceschini, enfrentando a obstáculos, e o primeiro a chegar com sua Cacciota (queijo) leva o Palio! E eles somente podem usar um pedaço de pau para poder movimentar o queijo. É muito engraçado, eu fui assistir e conto tudo aqui.
7. Visitar o Museu Etrusco
O Museu Etrusco Guarnacci hospeda centenas de urnas funerárias que são verdadeiras esculturas, cheias de mistérios, e que datam de períodos helenístico e arcaico. Uma das principais atrações é a estatueta de bronze “L’Ombra della sera” (sombra da noite); a urna cineraria chamada “Urna degli sposi” (urna dos esposos), onde é esculpido de um casal etrusco em terracota
8. Visitar uma casa senhoril e conhecer como se vivia em Volterra em 1800
O Palace ou Palazzo Incontri Viti-Viti está localizado no centro de Volterra. É uma das casas históricas da cidade e é por isso que em 1965 o diretor Luchino Visconti virou nos salões do palácio algumas cenas de seu filme Vaghe stelle dell’Orsa, premiado com o Leão de Ouro no Festival de Veneza. Hoje é uma casa – museu aberto ao público, que exibe obras de arte, móveis, lustres de alabastro, incluindo o candelabro monumental encomendada por Maximiliano de Habsburgo imperador do México, uma coleção de peças chinesas e oriental do século XVIII e XIX muito ricas e importantes, móveis italianos e uma excepcional colecção de pinturas do XV-XIX, e muitos livros, muitos raros. Todos esses objetos pertenciam a Benedetto Giuseppe Viti.O piso térreo e do jardim atrás do prédio são ocupados pelo Teatro Persio Flacco , inaugurado em 1828.
9. Ver o quadro de Pontormo
Na Pinacoteca de Volterra é uma galeria que contém obras de vários artistas da Toscana, dos séculos 14 a 17, incluindo o famoso quadro deposição de Rosso Fiorentino, que vale a visita!
10. Conhecer a Catedral e o Batistério
A Catedral é um edifício românico do século XII, o interior foi modificado no final do século 16 em estilo renascentista e possui um teto ricamente decorado e várias capelas com afrescos. Destaque para a “deposição” uma escultura de madeira do séc. XIII e um púlpito de mármore do século 12.
O Batistério fica em frente, na mesma praça. É uma estrutura do século 13 e tem uma base octogonal. Ointerior é simples, mas há uma fonte batismal octogonal de mármore, esculpida por Sansovino em 1502.
11. Jantar na prisão – Cena Galeotte
A nome Galeotte, vem do italiano antigo, aquele que remava as galee (galéias em português, barco grande a remo), ou seja, um escravo ou encarcerado, logo, um prisioneiro. Portanto o Jantar do Prisioneiro acontece em Volterra, nas Fortaleza da cidade. Neste jantar, realizado em cooperação com um supermercado toscano, os presidiários aprendem a cozinhar o prato e também a servir. O jantar é de altíssimo nível, com chef de nome e com uma seleção de vinhos maravilhosa, aprovadíssimo! Leia mais sobre esse jantar aqui.
12. Comer uma deliciosa Cecina
A cecina (pronuncia-se em italino cecína), também é chamada de farinata ou torta de ceci, é uma pequena torta, mais parecida com uma pizza, feita com farinha de grão de bico, água, sal e azeite. A cecina quando feita é liquida, depois vai cozida em forno a lenha e assume uma cor dourada vibrante, e formando uma “crosta crocante” com o interior bem mole. Quando for a Volterra não deixe de comer na Pizzaria del Corso (Via Giacomo Matteotti, 18), é deliciosa!!! Eu escrevi sobre a cecina aqui.
13. Fazer maravilhosas fotos de vários pontos.
O que não falta aqui é maravilhosos pontos de vista!
14. experimentar o queijo típico de Volterra, o Formaggio delle Balze Volterrane
A Toscana produz muitos queijos de leite de ovelha, chamados de “pecorino” porque vem da pecora (ovelha em italiano). Em Volterra, desde 1726 se produz este queijo que, ao invez de usar coalho animal, usa coalho com coagulante vegetal, derivado da flor de alcachofra selvagem. A tradição diz que ele deve ser curado usando trigo, erva fresca ou cinzas.
15. Descobrir o misterio dos Voltruri
Volterra foi o cenário para Lua Nova, o segundo livro de vampiros da saga Crepúsculo escrita por Stephanie Meyer. No livro, Volterra é a casa do Volturi, um antigo grupo de vampiros. Na cidade também foi filmado parte do filme Twilight.
16. Conhecer a história de San Lino, segundo papa depois de São Pedro
San Lino foi o primeiro sucessor de Pedro e, em seguida, o segundo Bispo de Roma e Papa da Igreja Católica, ele foi o primeiro papa Europeu. Ele nasceu em Volterra e ha uma maravilhosa igreja em sua homenagem, toda afrescada.
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Extra:
Ainda próximo de Volterra, fica Larderello, é um lugar único: o país está no meio do “vale do diabo”, assim chamado por causa de sua paisagem caracterizada pela presença de fumarolas de ácido bórico. Os fortes jatos formam uma emissão violenta de vapor a alta temperatura e pressão, que sai de fissuras no solo ou perfurações artificiais. Esses vapores brancos característicos já eram conhecidos na época de Dante Alighieri: o poeta inspirou as paisagens do ‘Inferno da Divina Comédia. Aproveite para conhece-lo.
Por fim, indico vocês de conhecer o nosso canal do You Tube, temos vários vídeos de Volterra, como este abaixo.
Abaixo mais fotos para apreciar Volterra!
Ah, e não se esqueça, é possível fazer passeios guiados em Volterra comigo:(descrição completa clique aqui)
Muita vontade de conhecer Volterra. Melhor post que já vi sobre a cidade. Muito bom. 🙂
Muito obrigada Marcia!!!!Fico muito feliz!!!! abs
Muita vontade conhecer, chegaremos lá em 22 de junho!!!!!
Excelente texto sobre Volterra, Deyse! Olha, como já te falei em mensagem anterior, eu e minha família iremos ficar hospedados próximo a San Gimignano nos dias 24, 25 e 26 de abril deste ano de 2016 (domingo, segunda e terça). O plano inicial é passarmos o primeiro dia (domingo) flanando por San Gimignano. Porém, uma dúvida me ocorreu: ouvi falar que, nos domingos, SG fica insuportável por causa do grande número de turistas. Disseram ficar realmente desconfortável. Isso procede? Seria, então, melhor passar esse primeiro dia (que, aliás, é véspera de feriado) em Volterra, para, só na terça, conhecer SG com mais calma? Obrigado mais uma vez pela atenção.
Olha, San Gimignano é lotada qualquer dia da semana de abril a outubro. É uma cidade que perdeu muito a ideia de cidade pacata, e hoje é bastante turística e comercial. Por isso sou mais Volterra que é mais “real”.
Parabéns pelo post, adorei. Acabei de voltar de uma viagem pela Itália, ficamos hospedados 6 noites em Siena e de lá fizemos bate volta de carro a outras cidades. Volterra está na lista das minhas prediletas, bem na frente de San Gimignano. Que cidade encantadora!!!! Outro passeio que deve ser feito é ao Val D’Orcia, a minha predileta ali, das que conheci, foi Pienza….A Toscana é realmente maravilhosa. E olha que fui no inverno, imagina na primavera….
Obrigada Denise por deixar seu comentário!
abraços.
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