Conheça o Palio di San Ranieri em Pisa, que acontece todo dia 17 de junho, dia do padroeiro da cidade.
Na tarde de 17 de Junho, para dar brilho à festa do padroeiro de Pisa, o São Ranieri (San Raniere), quatro barcos que representam os bairros mais antigos da cidade – Santa Maria, São Francisco, São Martino e Santo Antonio – disputam a corrida sobre as águas do Arno, sempre ligado ao prestigio e à tradição marítima da República de Pisa.
Este evento combina a verdadeira paixão pelo esporte, a competição atlética das regatas, com o costume antigo e generalizado na época, os Palios de Barco a Remo. Os barcos têm assentos fixos para oito remadores e um comandante ou timoeiro (coxswain), é inspirado nas fragatas típicas da Ordem dos Cavaleiros de Santo Stefano. O Palio di San Ranieri vem da tradição dos antigos Palios em Pisa, desde a Idade Média, para celebrar a Assunção.
Eles percorrem mil e quinhentos metros remando contra a corrente até chegarem em um barco ancorado na linha de chegada, ali o Montatore, membro da equipe, o comandante ou timoeiro (coxswain) deve subir um mastro de dez metros de altura, para pegar o símbolo do prêmio da vitória, que é nada mais nada menos que……..uma pálio!!!! E ainda um par de patos é o prêmio pouco cobiçado reservados para a tripulação que terminou por último.
A palavra deriva do latim palium, prêmio, uma peça romana antiga, um pedaço retangular de pano usado sem qualquer intervenção de corte ou costura. Na Idade Média, o prêmio, consistia em um rico pano, longo de alguns metros, usado para receber reis e imperadores. Era colocado acima de suas cabeças, como um dossel, ou oferecido em varas ou lanças como uma bandeira ou estandarte, ou seja, muito valorizado na Idade Média pois ornamentava igrejas, festas e até religiosos. Era um símbolo de riqueza e de status social.
O Pálio é o premio de muitos jogos medievais e por isso esses jogos começam com essa palavra, como o Palio di Siena, Palio de Cuocchi, etc.
As embarcações utilizadas para o Palio di San Ranieri foram construídas por ocasião do retorno do evento, em 1935, pelo Cantiere Fontani de San Piero a Grado (Pisa). Elas foram construídas em madeira, com 11 metros de comprimento, 2,20 metros de largura e pesando cerca de 700 kg cada. Os remos têm 4,60 metros de comprimento e pesam mais de 18 kg. Os cascos são modelados fielmente, embora em menor escala, a linha de “galeras” da Ordem de Santo Stefano em forma de fragata. Estes barcos foram usados até a edição de 1984 e depois foram substituídos por outros em fibra de vidro, muito mais rápidas e mais leves.
Cada barco representa um dos quatro bairros da cidade, e estes são distinguidos por suas cores:
Ao sul da cidade:
San Martino (as cores branco e vermelho)
Santo Antonio (branco e verde)
Enquanto que no norte da cidade estão:
Santa Maria (branco e azul)
São Francisco (branco e amarelo).
A rota tradicional é contra a corrente do Rio Arno, começando da ponte ferroviária e com a chegada em frente ao Palácio Medici (sede da Prefeitura), num total de 1.500 metros. A característica desta corrida, para além da presença do comandante ou timoeiro (coxswain), é o de manter as características do antigo Pálio, uma vez que cada comandante ou timoeiro (coxswain) poderá escolher a sua trajetória no inicio da partida, podendo trocar de faixa, criando a possibilidade de outros fazerem a ultrapassagem. Isso ocasiona uma luta feroz, porque o piloto imediatamente tenta ultrapassar os barcos concorrentes para se mover para o lado esquerdo do rio para sofrer menos a influência da corrente.
A vitória final não é atribuída pela ordem de chegada dos barcos, mas é confiada, após o encontro com um barco ancorado na linha de chegada, e da capacidade do timoeiro, junto com a sua tripulação. Na verdade, aqui o timoeiro tem que subir em uma das quatro cordas para chegar ao topo de um mastro de dez metros de altura, para pegar o paliotto, símbolo da vitória.
O paliotto azul atribui a vitória, o de cor branca o segundo lugar, e o da cor vermelha é do terceiro lugar. Um par de patos, como anunciado, é o reconhecimento reservado para a equipe que terminou em último.
Este ato de ” pegar o paliotto” é para lembrar a conquista de um antigo prêmio, a façanha de Lepanto (7/10/1571), quando a frota dos Cavaleiros de Santo Stefano foi a bordo do navio do Almirante Turco de Alì Pascià para pegar a famosa “chama” de combatimento, um estandarte turco, colocado no mastro do barco dos ” infiéis “. O estandarte original turco está preservado na Igreja dei Cavalieri di Santo Stefano em Pisa.
Este ano, 2013, o Pálio será durante a noite, após o sucesso de anos anteriores.
Teremos arquibancadas e tribunas, já montados com acesso aberto.
A festa começa dia 15 de junho, sábado, com a cerimônia no Scalo Renaioli com a apresentação oficial das equipes durante a LUMINARA DE PISA (já escrevi aqui sobre ela) . Leia mais sobre essa festa aqui.
Programa de 17 de Junho
17h00 – Desfile Medieval ao longo do rio . Com banda medieval e porta-bandeiras. Inicio dos desfiles na Piazza XX Settembre até o Scalo Renaioli. Ao mesmo tempo, acontece o desfile dos quatro barcos no Arno com os pajens e as madrinhas.
a confirmar – Chegada do Barcone (o central com o pálio) com o sorteio das pistas e voltar para o início
a confirmar – Partida
Veja o Calendário anual de eventos na Toscana e não perca nada!
PROGRAMA DE 2022:
Sexta 16 de junho – Luminara
às 15 os voluntários começam a acender as velas.
A partir do por do sol é possível ja admirar a Luminara
Esse ano o evento começa aos anoitecer na cidade de Pisa e as 23:00 acontece a explosão dos fogos de artifícios posicionados em 8 locais ao longo do Rio Arno.
Terça 17 de junho – Palio di San Ranieri
as 17:00 – regata dei Gozzi, assim chamada porque determina a ordem do Palio da Reppublica Marinara que acontecerá no domingo.
a confirmar – Desfile dos Barcos do Palio
a confirmar – Palio di San Ranieri dei quartieri storici