Conheça além dos locais mais batidos da Toscana, veja as cidades para conhecer na Lunigiana, uma região mágica!
A maioria das pessoas que visitam não Toscana não ir além dos lugares mais famosos e populares, mas se você tiver tempo, dedique algum tempo para conhecer além…. ao menos 1 dia fuja dos passeios batidos e se dedique à descoberta de lugares insólitos, você irá se surpreender com o que a Toscana pode lhe oferecer!
A região da Lunigiana é caracterizada por uma história, uma tradição e culinária únicas, com cenário igualmente exclusivo e espectacular, e melhor ainda, longe do turismo de massa!
É uma região que atravessa três províncias: Massa Carrara, La Spezia e Reggio Emilia, mas se você falar com seus habitantes vão te dizer que ali não é nem Toscana, nem Liguria, ou Emilia Romagna… é a Lunigiana! Lunigiana (em latim Lunensis Ager), leva o seu nome a partir da antiga cidade romana de Luni, situada na foz do rio Magra, não longe de onde está hoje Sarzana: a influência da cidade, que se tornou o mais importante porto do Mar da Ligúria, foi tão forte que deu seu próprio nome à toda a área circundante.
Esta área da Toscana é, de fato, desde os tempos antigos, uma região de trânsito com uma forte identidade local, cujos habitantes, os Apuanos viviam no cimo de montanhas escarpadas. A antiguidade desta terra é ainda visível pelo testemunho artístico/arqueológico peculiar deixados pelos seu povo, as Statue Stele, ou Estátuas Estela, que remontam à Idade do Bronze. É possível conhecer essas estátuas em um museu dedicado a elas no Castelo Piagnaro, na encantadora cidade de Pontremoli (que também hospeda anualmente o prestigiado “Bancarella”, prêmio literário), estas estátuas são únicas em seu gênero e sua origem ainda é envolta em algum mistério.
A Lunigiana ainda é tão rica em castelos e igrejas medievais
Você está pronto para descobrir a Alta Toscana? Eis aqui algumas cidades maravilhosas para incluir no seu programa de viagens.
Pontremoli
Pontremoli está localizado em um vale perto da Apeninos Tosco-Emilianos, e é atravessada pela Via Francigena, a rota religiosa e mercantil do Norte da Europa que levava a Roma. É a porta de entrada da Toscana.
Pontremoli é ainda a cidade do livro. A mais de cinquenta anos o Prêmio Bancarella leva a Praça da República escritores importantes. A primeira edição do Prêmio em 1953 a Mulazzo, venceu Ernest Hemingway com o livro O Velho e o Mar. Nesta cidade você pode visitar o Castello del Piagnaro, sede do Museu Statue Stele. Na aldeia antiga (Borgo Antico), você pode admirar a igreja de São Germiniano padroeiro da cidade. As duas praças maiores, Piazza del Duomo e Piazza dela Repubblica, são as duas almas antigas de Pontremoli. Entre as duas se ergue a Torre de Cacciaguerra.
Antes de deixar Pontremoli, “é quase obrigatório” uma parada no Caffè degli Svizzeri dei Fratelli Aichta na Praça da República.
Fodisnovo
La Lunigiana é terra de castelos e lendas. O maior, mais importante e melhor conservado de Lunigiana é o Castello Malaspina di Fosdinovo. Se você sobe ao castelo desfrutará de um panorama maravilhoso de tirar o fôlego. De um lado os picos afiados dos Alpes Apuanos, no outro lado o mar do Golfo dos Poetas (Portovenere) e Cinque Terre. Na torre do castelo se pode ver o “quarto de Dante”: a tradição afirma que o poeta esteve neste quarto durante o seu exílio de Florença.
No Castello di Malaspina há uma ótima festa de Réveillon, super animada… eu já fui!
Filattiera
Na parte alta da aldeia, o Castello dei Malaspina, a torre de vigilância o hospital de São Tiago (San Giacomo) e a pequena Igreja românica dedicada a San Giorgio, local da famosa Lapide di Leodegar que instruía a igreja a remover todos os praticantes pagãos, especialmente “aqueles” da Stelle (em referência as estátuas do povo de Pontremoli). Da igreja se segue um caminho de pedra que desce até a Pieve claramente marcado com os símbolos da Via Francigena. No fundo do vale então, fica a igreja de Sorano (Pieve di Sorano) em estilo românico construída no século XII e facilmente reconhecível devido ao seu alto campanário quadrado.
Entre castanheiras e belíssimos prados verdes se vê as aldeias medievais de Ponticello e Caprio com belas casas-torres, a fração de Lusignana e as pradeiras de Logarghena.
Licciana Nardi
Desça até ao meio curso do rio Magra para chegar a Licciana Nardi. A cidade surge sobre a antiga estrada romana chamada Cento Miglia (Cem Milhas). Na prática cobre o itinerário de Parma a Lucca. Grande parte da aldeia é do século XII. Sobre a praça do Município se alonga a sombra do castelo fundado no século XIII, ampliado e convertido numa elegante residência senhoril – privada e não visitável.
Na margem oposta da torrente Taverone descansam as ruínas do Castel del Piano. Ao redor de Licciana não faltam outras coisas para ver: o Castello di Terrarossa e o Castello di Monti. A dois km de Licciana surge a aldeia di Panicale – você pode visitar a antiga Rocca transformada pelos Medici num grande palácio. Sobre a estrada para o Passo del Lagastrello num tempo conhecido como Via del Sale ou Via di Linari, eis a Tavernelle, outra fração de Licciana Nardi, uma das aldeias mais antigas e melhor conservadas de toda a Lunigiana.
Fivizzano
As suas terras foram habitadas desde a pré-história assim como outras cidades da Lunigiana. Durante o percurso dos séculos, a cidade de Fivizzano mereceu um grande número de apelativos como por exemplo “a cidade das belas janelas” ou também “uma pérola perdida entre os montes”. Deste modo escreveu Giosuè Carducci. Alguém a indicou também como “A Florença de Lunigiana”. Qual o motivo? Pelas tantas obras de arte conservadas na aldeia. Ela cresceu devido aos Medici no século XV até a chegada da família Lorena.
Você pode iniciar este passeio pela Fontana barroca da Praça Medicea. Depois pode prosseguir com os Palácios Cojari, Comunale, Fantoni-Bononi e Benedetti-Chigi entre os mais belos de Fivizzano.
Próximo ao palácio Cojari, o Caffè degli Svezzeri como última etapa juntamente com o pequeno cemitério da comunidade elvética presente na cidade a partir do século XIX. No palácio Fantoni-Bononi pode-se visitar o Museo della Stampa (Museu da Imprensa) dedicado à memória de Jacopo da Fivizzano, um dos primeiros tipógrafos europeus. Apenas saindo da cidade não perca a Castello della Verrucola.
Em 1418, o Castello della Verrucola foi o cenário de um banho de sangue impressionante, foi planejada uma conspiração contra o Marquês Bartolomeo Malaspina, que foi morto com um machado, juntamente com sua esposa grávida, seus filhos e servos. Somente Spinetta, a filha pequena de 20 meses de idade foi capaz de sobreviver graças à sua babá heróica. O evento dramático chegou até os ouvidos de Florença, que decidiu que era hora de intervir e restaurar a área da Lunigiana sob seu controle.
A menos de meia hora de carro de Fivizzano espera por você as águas sulfúricas da Equi Terme – já falei dela AQUI – conhecida já no tempo dos romanos.
Aulla
A sua aldeia antiga foi em grande parte destruída pelos bombardeios da última guerra. Resta a Fortezza della Brunella – que não é pouco. De arquitetura militar fundada na primeira metade do século XIV, a fortaleza foi construída com a mesma rocha vulcânica da base onde foi alçada. Ali se pode visitar o Museu de História Natural da Lunigiana. Ao redor da fortaleza esplende um belo parque com um percurso botânico dedicados a descoberta de espécies espontâneas típicas da região. No centro da cidade também se encontra a Abbazia di San Caprasio, fundada no ano de 884 e restaurada em tempos recentes.
E o que comer?
A cozinha é de origem pobre, camponesa, mas não menos saborosa. Encontramos diferentes tipos de bolos e pães (faccacia), cozidos à lenha, nas placas de metal, ou fritos (panigacci, ciàn, pattone, sgabei …) e feitos de farinha de trigo, de milho, castanhas, geralmente acompanhados por deliciosos queijos locais e embutidos.
Mas nos trattorias em outubro, já no início do outono, o rei é o cogumelo (funghi), cujas florestas da região são ricas, torna-se o protagonista com polenta ou com macarrão, frito ou em conserva.
Outra especialidade típica da Lunigiana é a “torta d’erbi”, uma torta com recheio de ervas silvestres, tradicionalmente colhidas pelas mulheres da região.
Chegamos a mais um final do nosso passeio pela Toscana. Quanto mais se conhece a Toscana mais nos admiramos das belezas naturais e arquitetônicas desta região.