Conheça as 3 torres de Florença abertas à visitação, e descubra Florença do alto, com vistas panorâmicas incríveis!
Tenho que confessar, tenho um preguiça enorme de subir torres, porque não tenho preparação física (caminho quilômetros em trekking, mas para subir sou uma lesma), porém devo concordar que é uma maniera maravilhosa de ver a cidade de um outro ângulo, no alto, o que é perfeito para fotógrafos amadores.
Se podemos desfrutar de uma bela vista ao pôr do sol então, é perfeito!
Para quem ama ver a cidade do alto, o que não falta em Florença são locais: desde bares (rooftop), casas-torre, museus e claro, a mais famosa, a cúpula de Brunelleschi (do Duomo). Todas fornecem vistas deslumbrantes, porém, para oferecer uma vista à 360° do topo você precisa subir em uma dessas torres.
Quais são as torres de Florença abertas à visitação? A torre de Palazzo Vecchio, também chamada de Torre de Arnolfo, a Torre Campanário do Duomo, também chamada de Torre de Giotto, e a Torre de San Nicolò, parte da antiga muralha da cidade. Todas as 3 torres tem algo em comum… vamos ver se você descobre até o final deste texto?
A história de Florença e tão cheia de acontecimentos e de monumentos ligados a sua própria história que até mesmo quem se considera grande conhecedor pode ficar um pouco desconcertado ao saber que é impossível saber tudo.
Torre do Palazzo Vecchio – antiga prisão
O Palazzo Vecchio è símbolo político da cidade de Florença, cujo projeto original foi atribuído a Arnolfo di Cambio. Arnolfo desenhou uma sólida fortaleza em 1299 que devia surgir sobre as ruínas das torres ghibelline dos Uberti , derrotados para sempre da facção guelfa depois das lutas internas. A imponente construção se apóia sobre as antigas ruínas do teatro romano da cidade datado no I século d.C., ainda visível longo um circuito que se desemboca no nível subterrâneo do Palácio. O corpo original do Palácio Velho foi projetado para hospedar o Conselho da República de Florença, composto pelos membros nominados das Artes Florentinas (Arti Fiorentine), depois no governo de Cosimo I de Medici chegou por um tempo a ser ainda residência do Granduca.
Hoje ainda é sede do governo, mas em grande parte é um museu que hospeda maravilhosas salas e apartamentos privados fruto de transformações arquitetônicas do renascimento.
A Torre de Palazzo Vecchio, também conhecida como a Torre de Arnolfo, possui de 94 metros. A sua forma é um dos símbolos inconfundíveis de Florença, a qual altura não podia ser por lei igualada por nenhuma outra torre. Para quem está em forma não assustarão os 406 degraus para a torre. As principais curiosidades que envolvem a torre são :
- a pequena cela, chamada “Alberghetto” onde estiveram presos Cosimo de ‘Medici, conhecido como Cosimo “il Vecchio” e Savonarola
- os três sinos ainda em funcionamento hoje
- e a “banderuola“, uma espécie de cata-vento com o símbolo do “Marzocco“, o leão símbolo de Florença.
A torre fica no corpo frontal do Palazzo Vecchio, porém em uma posição incomum, é a assimetria em relação ao centro da fachada, isso porque a torre foi construída incorporando uma torre já existente naquele ponto, era a torre chamada “della Vacca” pertencente à família Foraboschi.
Na torre ficava até 1530, o sino conhecido como “del popolo” (do povo), porque a sua batida servia para chamar o povo para lutar. Foi utilizada para chamar o povo a defender a liberdade republicana, foi por esta razão que Alessandro de’ Medici tirou ela da torre, uma vez de volta à cidade, e fez com o bronze moedas cunhadas com a sua efígie.
A torre ficou conhecida na história, no entanto, com a prisão de Cosimo de ‘Medici e Savonarola em pequenas celas chamadas de “Alberghetto“. Cosimo ele foi preso na véspera do seu exílio em 1433 e, apesar das tentativas de envenená-lo com alimentos, sua vida foi salva graças à integridade do carcereiro. Já Savonarola foi o monge dominicano queimado na fogueira em 1498, nesta cela ele passou os últimos dias de sua vida antes de ser queimado como herege.
Dos três sinos, ainda em funcionamento hoje, temos:
- campana del Mezzogiorno – o sino que soa uma vez por dia para anunciar a 12 horas
- campana del Leone – o sino do Leão, que bate em correspondência às horas
- campana della “Martinella” – usado para chamar o povo em ocasiões importantes.
Quem olha de perto o relógio na fachada da Torre de Arnolfo, percebe que ele possui apenas uma seta, isso que dizer que o horário exato deve ser compreendido olhando o quadrante da hora.
No topo da Torre Arnolfo fica a “banderuola“, uma espécie de cata-vento com o símbolo do “Marzocco“, um leão galopante, o símbolo do poder em Florença. O animal retratado é derivado um provérbio florentino famoso que diz “quando il leone piscia in Arno, è acqua”, ou seja, “quando o leão faz xixi no Arno, vem água”, isso significa que, quando a palheta com o leão está voltada em direção ao Arno, vai vir chuva.
A “banderuola” agora presente no topo da torre de Arnolfo não é o original, esta fica na frente do Salone dei Cinquecento (dentro do Palácio), substituída hoje por uma cópia em fibra de vidro.
A visita a esta torre é aberta durante todo o ano (veja horários abaixo) com o nome de “Caminamento di ronda“, que na verdade era o caminho de ronda realizado pelos soldados de Florença.
Veja o vídeo da minha subida à torre, onde explico os pontos de interesse do alto da cidade:
Torre di San Nicolò – a torre da muralha
A Torre di San Niccolò (São Nicolau) foi restaurada e aberta à visitação, localizada na Piazza Poggi, na região do Oltrarno.
A torre è uma testemunha das mais importantes para compreender a história da cidade, e em particular, a muralha urbana realizado entre o século XIII e XIV. A muralha projetada por Arnolfo di Cambio para proteger melhor a cidade, sendo mais sólida que a anterior, incluiu também as novas áreas de expansão da cidade com novas portas. Entre estas novas portas, foi construída a Torre di San Niccolò, que consentia um acesso regulado ao interno. A porta que ficou isolada do contexto foi eregida em 1324 para defender o quarteirão do Oltrarno.
A Torre era a maior de todas, possui 30 metros, e os degraus são 160 até o topo. As outras portas foram rebaixadas em 1500 para não serem um alvo fácil para os inimigos, agora equipados com armas de fogo. Porém a torre de San Niccolò foi poupada porque naturalmente protegida pela colina de San Miniato al Monte.
Quando Florença se transforma em capital da Itália, nos anos 1965, a muralha foi destruída para deixar espaço ao potencial desenvolvimento da cidade. E a Torre de São Nicolau foiçam das poucas que se manteve, sendo então uma testemunha histórica daquele período.
Chegando no topo da torre, depois de ter subido 160 degraus se desfruta de uma incrível panorâmica de Florença. A vista do topo é verdadeiramente surpreendente e irá permitir-lhe desfrutar dos principais monumentos do centro histórico, mas também os arredores de Florença, sem esquecer o terraço do Piazzale Michelangelo, que é mais ou menos a mesma altura.
É sem dúvida, uma alternativa interessante para ter um pôr do sol diferente do Piazzale Michelangelo, ainda mais romântico e exclusivo.
A torre è visitável sempre somente no período mais quente do ano, e abre no dia do padroeiro da cidade, dia 24 de junho, e fica aberta até 30 de setembro. É aconselhável fazer a reserva antes. A visita è cancelada nos dias de chuva.
Campanille di Giotto – Torre Campanária
O campanário de Giotto é a Torre do Campanário da Catedral de Santa Maria del Fiore, o Duomo de Florença e está localizada na Piazza Del Duomo. Alta 84,70 metros e com 15 metros de largura, é o testemunho mais eloquente da arquitetura gótica florentina do século XIV.
A construção da fundação da torre começou em 1298 com o arquiteto Arnolfo di Cambio que era responsável pela construção da Catedral. Em 1334 o famoso pintor e arquiteto Giotto di Bondone passou a ser o responsável pela obra da torre, dando assim seu nome.
Revestido com mármore branco, vermelho (mais pra rosa) e verde como os que adornam a Catedral, a torre possui uma base quadrada, é considerado um dos mais bonita de Itália, provavelmente foi criado mais como um elemento decorativo do que funcional.
Na sua morte, em 1337, Giotto pode ver feitas apenas a primeira parte do projeto, até a altura dos painéis hexagonais, uma espécie de conto figurativa, realizada por Andrea Pisano em desenhos e relevos de Giotto.
As painéis contidos na torre representam várias histórias e símbolos: começando com a criação do homem e seguem um ao outro com o desempenho de suas atividades, os planetas que governam o curso de sua existência, as virtudes que fortalecem, as artes liberais que ensinam e os Sacramentos que santificam.
Já as estátuas, foram concebidas como elementos integrantes do edifício e não como componentes decorativos, possui figuras realizadas por vários escultores, como Nanni di Banco e Donatello, incluindo o grupo do “sacrifício de Isaac” por Donatello, que é uma das maiores conquistas do naturalismo do século XV, na escultura. Os originais de todas as esculturas, por razões de conservação estão no Museo dell’Opera del Duomo.
O último andar, projetado como um grande terraço, com o teto panorâmico é a última peça do trabalho Francesco Talenti que rejeita, assim, os pináculos idealizados por Giotto.
A Torre nos seus 84 metros de altura, está aberta a visitação, e para chegar ao topo você tem que subir 414 degraus. A subida até a torre é bastante gradual, uma vez que a torre tem 3 pisos intermédios a partir do qual você pode apreciar a vista, mas também descansar.
A vista do Campanile de Giotto é complementar à da cúpula de Brunelleschi (cúpula do Duomo), apenas maior 10 metros. Como os dois monumentos, basicamente, oferecem a mesma vista de cima, admirar a cúpula da Torre Campanária oferece uma posição emocionante. Se você tiver tempo, e pernas, suba também no topo da cúpula com seus 463 degraus, já que faz parte do mesmo ingresso para a torre do sino, assim poderá desfrutar da perspectiva diferente que eles oferecem.
A entrada para o Campanile Giotto está localizado na parte de trás da torre, no lado oposto em relação à fachada da catedral.
Para entrar é necessário comprar o bilhete cumulativo, ja que não ha bilhetes somente para 1 monumento da Piazza del Duomo, e que inclui a Cúpula do Brunelleschi, o Campanário de Giotto, o Batistério, a cripta de Santa Reparata, e o Museo dell’Opera del Duomo, no valor de 15 €.
Atenção -> agora para subir a Cúpula, após comprar o ingresso, você deverá marcar a hora de subir na cúpula, ja que desde o início do ano, este monumento passou a ser à visita com hora marcada.
Um vídeo para ver a beleza dessa praça:
Informações:
– Torre do Palazzo Vecchio: se você for subir à torre deve informar que quer fazer “o camminamento di ronda”, pois o bilhete normal do Palácio não ingloba esta parte. Porém se você quiser visitar somente a Torre, é possível comprar o bilhete somente da Torre.
Horários de funcionamento do Palazzo Vecchio:
De outubro a março – Todos os dias exceto às quintas: 9-19 – Quinta-feira: 9-14
De Abril a Setembro – Todos os dias às quintas: 9-23 – Quinta-feira: 9-14
TORRE
De outubro a março – Todos os dias exceto às quintas: 10-17 – Quinta-feira: 10-14
De Abril a Setembro – Todos os dias exceto às quintas: 9-21 – Quinta-feira: 9-14
Bilhetes
Museu: 10 euros (inteiro) / 8 euros (pessoas entre 18 e 25 anos) / grátis para os menores de 18
Museu + percurso arqueológico: 14 euros (inteiro) / 12 euros (pessoas entre 18 e 25 anos) / grátis para os menores de 18
Torre de Arnolfo + caminho nas torres de observação: 10 euros (inteiro) / 8 euros (pessoas entre 18 e 25 anos) / grátis para os menores de 18
Cumulativo -> Museu + Torre de Arnolfo + caminho nas torres de observação: 18 euros (inteiro) / 16 euros (pessoas entre 18 e 25 anos) / grátis para os menores de 18
– Torre di San Niccolò: aberto de :
24 de junho à 31 de agosto – das 17 às 20hs, todos os dias
1 de setembro à 30 de setembro – das 16 às 19hs, todos os dias
Ingresso: 4 euros, menores de 18 anos grátis.
– Campanile di Giotto: não há ingressos separados somente para a torre ou qualquer outro monumento (exceto a catedral que é grátis), se vende somente ingresso cumulativo para todos os monumentos
ingresso cumulativo da OPA, €15, que você pode comprar pelo site oficial, ou diretamente na loja da Opa (veja endereço abaixo). O ingresso dá o direito à visita à:
-cúpula, mediante reserva com horário
-batistério, sem reserva, e geralmente sem fila
-museu do Duomo, sem reserva e geralmente sem fila
-cripta da catedral, mesmo sendo dentro da catedral, precisa do ingresso pra entrar, não ha filas
-torre campanária, sem reserva, e geralmente há fila
-já a Catedral (Duomo), não precisa de ingresso porque é já grátis, mas há fila para entrar, e com o ingresso você não precisa fazer fila
Este texto faz parte da Blogagem coletiva da RBBV (Rede Brasileira de Blogueiros de Viagem), veja outros textos sobre outros museus pelo mundo:
1) Trilhas e Cantos: Museu Casa dos Contos, em Ouro Preto, Minas Gerais. 2) Tá indo pra onde?: Museus e experiências além do básico em Barcelona 3) Mariana Viaja: National Gallery of Art, em Washington; 4) Turistando.in: Visitando o Museu de História da Arte de Viena (Kunsthistorisches Museum); 5) Vamos Por Aí: Meus Museus Favoritos; 6) Viajar correndo: Museu Light da Energia, Rio de Janeiro; 7) Guia do Nômade Digital: Galeria 11/07/95: Galeria sobre o Genocídio na Bósnia e Herzegovina; 8) Uma Viagem Diferente: 4 Museus Imperdíveis em Florença; 9) Quase Nômade: Museu Iberê Camargo, em Porto Alegre; 10) Gastando Sola Mundo Afora: Museo de Arte Precolombino de Cuzco; 11) Passeios na Toscana; Florença do alto: as Torres abertas à visitação; 12) Cantinho de Ná: Museu do Futebol em São Paulo: paixão, história e entretenimento; 13) Destino Compartilhado: Museu Lasar Segall; 14) Entre Polos: Museu Nacional do Hermitage – São Petersburgo – Rússia; 15) Do RS para o Mundo: Centro Português de Fotografia – Porto/Portugal; 16) Mulher Casada Viaja: Exploratorium – Museu de São Francisco, Califórnia; 17) TurMundial: Museu do Picasso em Málaga, Barcelona e Antíbes; 18)Monday Feelings: Museus de graça na Itália todos os primeiros domingos do mês; 19) Farrabadares: Memorial São Nikolai em Hamburgo; 20) Itinerário de Viagem: MET Museum em Nova Iorque; 21)Viajar hei: Museu Imperial – Petrópolis – Rio de Janeiro; 22) Sol de Barcelona: Museu Olímpico e do Esporte – Barcelona; 23) Família Viagem: Children’s Museum of Houston – Texas com crianças; 24) Muita Viagem: Museu Casa Pueblo – Punta Ballena, Uruguai; 25) Viaje na Web: American Museum of Natural History – Museu de História Natural de Nova York; 26) Aquele Lugar: Museus do Vaticano – Roma – Itália; 27) Viagem LadoB: Ilha dos Museus – Berlim; 28) Viajento: Museo Santuarios Andinos – Arequipa, Peru; 29) MEL a Mil pelo Mundo; Museo de Ciências Naturais de Madrid; 30) Caixa de Viagens; Museu Charlie Chaplin: o Chaplin’s World em Vevey, Suíça; 31) Let’s Fly Away: Museu Botero, Bogotá, Colômbia; 32) Viajo com filhos: Nemo Science Museum, em Amsterdã, Holanda; 33) Sonhando em Viajar: Catetinho, em Brasília, Brasil; 34) Viajoteca: Batik na Indonésia: Museu Têxtil em Jakarta, Indonésia; 35) Mochileza: Museu do Automóvel de Turim, Itália; 36) Comendo Chucrute e Salsicha: Museu de Arte Latino-Americana de Buenos Aires, Argentina; 37) 1001 Dicas de Viagem: Museu Histórico de Berna, Suíça; 38) Estrangeira: 8 Museus Imperdíveis em Barcelona, Espanha; 39) Devaneios de Biela: Museu Nacional da Finlândia em Helsinki; 40) ILoveTrip: Top 7 Museus em Brasília que você precisa conhecer; 41) Me Deixa Ser Turista: Conheça o Museu da Revolução, em Havana; 42) A Fragata Surprise: Museus de Florença – Guia de Sobrevivência; 43) Direto de Paris: Os Museus de Troyes. 44) A Vida é Como Um Livro: Galeria Nacional da Noruega; 45) Dedo no Mapa: Museu Paranaense; 46) Ligado em Viagem: Beco do Batman é museu de grafite e arte de rua em São Paulo
Que tal visitar Florença com uma guia brasileira? Veja as nossas opções de tours particulares AQUI.
Pingback: A Galeria Nacional da Noruega e O Grito de Munch – A VIDA É COMO UM LIVRO
Pingback: Museu Olímpico e do Esporte de Barcelona - Blog de Turismo Barcelona
Pingback: Museu Histórico de Berna | Museu do Einstein em Berna, Suíça
Pingback: Fundação Iberê Camargo: arte, arquitetura e pôr-do-sol em Porto Alegre
Pingback: Beco do Batman é museu de grafite e arte de rua em São Paulo
Pingback: Museu Paranaense – Curitiba – PR – Dedo no Mapa
Pingback: Museu Charlie Chaplin: o Chaplin’s World
Pingback: Ilha dos Museus em Berlim - Alemanha | Viagem LadoB
Pingback: Hermitage - Um dos Maiores Museus do Mundo | Entre Polos
Pingback: Museu do Automóvel de Turim: a história sobre quatro rodas - Mochileza
Pingback: Museu Lasar Segall – Destino Compartilhado
Pingback: Memorial São Nikolai em Hamburgo - Museuweek - Farrabadares
Pingback: 4 museus imperdíveis em Florença - Uma Viagem Diferente
Pingback: Museu do Futebol em São Paulo: paixão, história e entretenimento - Cantinho de Ná
Pingback: Museu de Nova York
Pingback: Direto de Paris - Jornalismo em Paris